quarta-feira, 15 de março de 2017

O misterioso caso da Mulher Collant e o seu pensamento positivo

Um dos hábitos mais nobres que conheço: Pensar positivo! A atitude faz todo sentido quando nos é proposto diariamente vários desafios. O cumprimento de metas no trabalho, dá conta dos afazeres domésticos, etc. E o espetacular " jogo de cintura " para priorizar, em cada momento, o que precisa ser priorizado sem que o pensamento fique nas outras duas mil coisas que se tem por fazer. Pensar positivo vai além disso, mas quando pensar positivo pode ser perigoso? E pode ser perigoso? Veja lá.
Estava eu indo ministrar mais uma aula, e uma querida vestida para treinar estaciona o carro em um lugar pouco movimentado próximo a algumas pessoas pouco amistosas deixando vários pertences a amostra. Eu disse: “ É pouco prudente deixar o seu carro nessas condições. Aqui é muito perigoso! Alguém pode roubá-las. ” E ela prontamente me respondeu: “ Eu não acredito nessas coisas “. Confesso que minha cabeça “bugô”. Mas como? Como não se acredita que um carro deixado nessas condições, sabendo que Fortaleza aparece em um estudo muito comentado “ como a cidade mais violenta do Brasil e 12ª mais violenta do mundo em um ranking internacional publicado em uma segunda-feira (25/01/2016) pela ONG mexicana "Seguridad, Justicia y Paz". (Em 2014, a mesma organização apontava a capital cearense como a 7ª cidade com maior índice de violência entre todas as cidades do mundo)?
Fiquei preocupada com o pensamento da moça. Pensei em qual plano ela divagava e adverti que independia daquilo que achava porque era uma situação real. Ela respondeu que " a gente atrai o que a gente pensa ". Fiquei perplexa na confusão entre uma atitude mental que condiciona positivamente seu corpo, nas suas decisões e atitudes e a total crença de que " pensar positivo " e deixar o seu bem em um local explicitamente perigoso, o acaso faria todo o resto, aliás, o acaso não: " a força do pensamento ". Em que mundo estamos vivendo? Em que a situação mais lógica, no caso, nos aponta sinais de prejuízo (e temos a opção de fazermos diferente, pelo menos procurando evitar o dano) dá lugar, de maneira voluntária, as ações de pessoas com más intenções sobre bens que estão sob a sua e a minha responsabilidade? Fé é pensamento positivo?
Depois de conversar sobre esse caso com o meu irmão, ele remontou rapidamente a história de Jó: Os seus amigos escarneciam dele como pinça puxando as entranhas expostas da ferida. Sua esposa aconselhou-o: “Amaldiçoa esse Teu DEUS e morre”. Quando viveu a lepra, Jó pediu para morrer, insinuou que se fosse abortado, essa seria uma situação melhor que viver naquela condição. Perdeu seus filhos, sua esposa, suas propriedades e TUDO mais que tinha, mas não a sua vida porque DEUS não deixou que acontecesse, mas sobre isso ele não tinha opção. Na Bíblia, as conquistas são celebradas depois de lutas. Antes de Jó ser escolhido para passar por essa " saga " acordava de madrugada para jejuar até pelos pensamentos dos seus filhos, era um cuidado que tinha caso tivessem pensado mal sobre DEUS, ele era considerado o mais íntegro. Jó era casado, com dez filhos, e era o homem mais rico da região onde morava.
A fé de Jó era uma situação de sobrevivência, não existia mais nada e até a própria fé dele era nutrida por DEUS. Não existia palavras positivas até DEUS tratar com ele tudo o que precisava ser tratado. Perto do final da história, quando ele diz a DEUS: “ Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia ” , ele demonstra humildade e esperança, baseadas na fé que o próprio DEUS sustentou para que ele desenvolvesse.
Jó, não buscou essa situação, mas ela veio até ele, diferente da situação descrita da moça porque ela tinha uma opção. Nem JESUS ousou jogar-se de um precipício, sendo DEUS! Penso, sabe, que as vezes, estamos querendo descobrir aquilo que é óbvio por desespero mesmo, aquilo que já sabemos por causa da necessidade de acreditar que podemos mudar as intenções do outro pelo poder do pensamento positivo. Fica a questão: " Por pensar positivo posso levar a névoa de más intenções que circunda pessoas dispostas a cometerem o mal a ficarem completamente paralisadas pela minha vontade de que isso aconteça? " - Pense.
Acredito que DEUS é misericordioso para nos proteger além daquilo que imaginamos e o faz todos os dias de forma extraordinária. É assombroso os vários casos de livramentos relatados e os que também acontecem com você e comigo (e mal paramos para agradecer). Mas acredito que o cuidado com aquilo que temos é uma resposta de gratidão àquilo que conquistamos pela graça DELE mesmo. Quando for pensar em: " pensamento positivo " pense também no que pode fazer para cooperar com o bem que tanto deseja para si, sem esquecer que outras pessoas também poderão ser beneficiadas com isso.

segunda-feira, 13 de março de 2017

A Resposta: Você.

Joana Marta começou um jejum pela resposta de uma situação. O jejum demorou três meses. De manhã não comia nada e a tarde se alimentava de frutas e hortaliças. Acabou o jejum e a resposta que Marta teve foi: Nenhuma. Então, pensando ter trancado a porta do quarto, disse: DEUS, eu não entendi nada. Eu jejuei, orei de joelho todos os dias, frequentei o grupo, até fiquei mais paciente com as atitudes das pessoas ao meu redor e não tive nada como resposta? Colocando o meu joelho no chão. Quanto tempo mais eu preciso para você me responder? O que mais eu tenho que fazer?
A sua avó passando do outro lado do corredor acabou ouvindo o seu rápido desabafo, pois a porta semi aberta fez ecoar a oração. Chegou no quarto e perguntou se podia entrar, a neta disse que sim. E disse: Filha, tenho 89 anos de idade. Ha setenta anos oro a DEUS por uma resposta específica e entre jejuns, encontros e muitos acontecimentos maravilhosos pude aprender a desfrutar o momento de hoje, quando me dei conta vivi muito, com uma história muito rica, cheia de muitos feitos e esperança para contar. A menina furiosa perguntou: Então, você passou praticamente uma vida toda orando e perdendo o seu tempo? Qual é a vantagem de fazer tudo isso se no final não tem ao menos a recompensa de saber a resposta? Eu perco todo o meu tempo de coração e no final a resposta é: O nada absoluto? E a avó respondeu: Não, a sua resposta poderia ser não também. Isso a deixaria menos furiosa? Ela respondeu: Não, mas pelo menos teria o alívio da resposta clara e não me sentiria como uma boba agora.
A avó continuou: Então o não lhe bastaria? Ela respondeu: Bem, não, vovó, eu queria mesmo era o sim, mas me frustrei com “nenhuma resposta”. E se a resposta fosse sim, filha? O que você faria? A neta respondeu: Não sei. Com a raiva que eu tô agora nem importa mais. Então, a avó continuou: Qual a diferença, então, de esperar? Esperar, Marta, é caminhar! Muitas vezes fazemos perguntas a DEUS e levamos uma vida toda para ter a resposta porque não percebemos ELE trabalhando, a resposta está vindo, mas a queremos com as nossas palavras, aprendemos a ouvir apenas do jeito que aprendemos, esquecemos do melhor jeito de ouvir. Ouvir é uma arte quando sua mãe grita com você porque você não ouve uma só palavra. Ouvir é uma arte quando você quer falar porque importa pouco a causa de quem lhe escuta. Ouvir todas as orações do mundo de cada habitante da terra é fácil para DEUS e mais fácil ainda seria responder de forma que todos, da sua forma particular conseguisse entender. Mas como DEUS está falando com você? Você já se perguntou?
Nessa hora Marta parou de chorar por um minuto e disse: Vó, a senhora está me acalmando, apesar de ainda não entender. Parece razoável. Durante esse tempo me diverti muito com as pessoas do grupo e conversei muito com DEUS. Além disso, consigo escutar melhor a mamãe e estou lavando toda louça três vezes na semana. Fiquei centrada nos meus objetivos, tenho mais foco e disciplina. Percebi que todos mudaram ao meu redor. E a avó respondeu: Quem mudou foi você, minha neta. As coisas por aqui continuam bem parecidas, mas você, mudou para ver dessa forma, e eu fico muito feliz. Elas se despediram porque Marta tinha um compromisso e a sua carona tinha acabado de chegar.
Beatriz Brito, avó de Marta se ajoelhou ali mesmo e lembrando da infância maltrapilha recordou as surras que levava do pai e os maus tratos da sua mãe, que tinha uma vida sofrida e miserável. Durante algum tempo orou para que as próximas gerações depois da dela tivessem pelo menos a habilidade de questionar a existência de DEUS, pelo menos assim (em sua mente) não se agrediriam umas as outras da forma brutal em que que foi agredida. Ali não se falava de DEUS. Ali, ninguém questionava. E essa situação se prorrogou toda uma vida. Enquanto isso, Beatriz viveu, sorriu, chorou, conquistou, perdeu, adoeceu, se recuperou e teve uma vida de muitas conquistas também. E agradeceu em lágrimas a DEUS pelo fruto de sua oração. Marta era a resposta.
As vezes somos resposta na vida de muitas pessoas e nem precisamos fazer nada para que isso aconteça porque na verdade quem faz toda a parte pesada é DEUS. Quem move todas as coisas do plano invisível para o visível é ELE e a dicotomia espiritual e material mais uma vez vira apenas didática para nós, seres limitados que precisamos dividir para entendermos que tudo funciona em conjunto de forma complexa. Você é o milagre. Marta, com uma vida toda pela frente tem muito a aprender, quem sabe a resposta venha amanhã, espero que ela não deixe de caminhar por não entender. De uma forma ou de outra: A resposta vem.